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  • Foto do escritorRicardo R. G. Albuquerque

Truques da neurociência para o cotidiano


Tory Byrne/Freeimages


Se seu cotidiano é estressante e você enfrenta problemas variados em seu trabalho, use a neurociência! Graças ao uso de imagens de ressonância magnética e pesquisas inovadoras, as pesquisas sobre o funcionamento do cérebro avançaram bastante nas últimas décadas. Desses estudos e dos livros de divulgação científica lançados nas últimas décadas é possível destacar alguns itens curiosos que podem auxiliar a encarar os desafios do dia a dia.


Sorriso e óculos escuros


O cérebro tende a considerar que está tudo bem quando sorrimos, ainda que não seja exatamente um sorriso espontâneo, devido aos mecanismos de feedback: recebendo indicações de uma emoção positiva, serão desencadeadas respostas hormonais correspondentes. Os óculos escuros evitarão o constante franzir dos músculos ao redor dos olhos, sinal que o cérebro interpreta como sendo de preocupação. (Alex Korb, The Upward Espiral)


O complexo e o instinto


Precisa tomar uma decisão difícil? Bem, nem sempre a análise racional ajuda a resolver. O cientista holandês Ap Dijksterhuis realizou uma pesquisa sobre a tomada de decisões – no caso, sobre a compra de um carro. Os participantes foram divididos em dois grupos, um dos quais tinha mais condições de avaliação do que o outro.


Na primeira situação, o número de variáveis envolvidos na decisão era pequeno e, nesse caso, o grupo com maior poder de avaliação fez as melhores escolhas. Na segunda, porém, a quantidade de variáveis aumentava significativamente e, nesse caso, o grupo com menos condições de análise escolheu a melhor opção.


Isso ocorre porque nem todas as informações chegam ao córtex pré-frontal, a área do cérebro relacionada com a análise e ponderação. Parte desse processamento é inconsciente e, portanto, você “sente” que uma das respostas é correta. (Jonah Lehrer, O Momento Decisivo)


Jogue a moeda


Ainda falando em decisões, nem sempre a avaliação fria dos fatos é mais importante. Para saber como você se coloca em face de uma situação em que haja duas opções, use o truque da moeda. Defina cada uma das opções como sendo um dos lados da moeda, jogue e confira o resultado. Se você sentiu alívio, então esta opção com a qual você se identifica emocionalmente. Se o impulso foi o de tentar novamente, é porque esta opção não é a que você prefere. (David Eagleman, Incógnito – As Vidas Secretas do Cérebro)


Uma coisa de cada vez


Em questões que envolvem concentração, os seres humanos não são multitarefa. Ainda que o cérebro execute várias tarefas ao mesmo tempo, como ocorre em relação aos sistemas corporais autônomos, no que se refere à atenção consciente, não há escapatória: a concentração em conceitos acontece de forma sequencial.


Quando você está escrevendo, por exemplo, o córtex pré-frontal é ativado, assim como neurônios, processos que duram décimos de segundo. Se interrompe a tarefa porque recebeu um e-mail, por exemplo, será necessário que esse processo ocorra novamente, mas com a ativação de outros neurônios. Todo esse processo ocorre sequencialmente, o que termina gerando a célebre pergunta “onde é que eu estava mesmo?” (John Medina, Aumente o poder do seu cérebro)


Meditação e resiliência


A resiliência, capacidade de reagir às adversidades, parece estar relacionada à forte ativação do córtex pré-frontal (área mais recente, relacionada ao planejamento e pensamentos complexos, tomada de decisões e modulação de comportamento social) e a amígdala (manifestação de reações emocionais e aprendizagem de conteúdo relevante em termos emocionais). Há pesquisadores que defendem que a prática de meditação pode estimular essa conexão, aumentando a resiliência, como é o caso de Richard J. Davidson, autor de Os Estilos Emocionais do Cérebro. Mesmo exercícios simples de respiração profunda, segundo o autor, já trazem benefícios para o funcionamento cerebral.

(Publicado originalmente no LinkedIn em 23 de abril de 2019)

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