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  • Foto do escritorRicardo R. G. Albuquerque

Avaliando a inteligência pela imagem de perfil em redes sociais


Gordon Johnson/Pixabay

É possível avaliar a inteligência de uma pessoa pela sua imagem de perfil nas redes? Este foi o desafio a que um grupo de pesquisadores de duas universidades inglesas (Cambridge e Bath) se propuseram. Com base em 1.122 perfis de usuários do Facebook, que completaram um teste de QI, Xingjie Wei e David Stillwell criaram modelos para identificar tanto a inteligência mensurada através dos testes como a percebida por outros usuários.

A importância de tais pesquisas está na crescente importância dos perfis em redes sociais no que se refere à busca por um emprego, por exemplo. Não faltam exemplos periódicos de pessoas que perdem empregos (ou clientes) por conta de posicionamentos infelizes em redes sociais. Wei e Stillwell ressaltam que um estudo mostra que os perfis no Facebook influenciam decisões de contratação. Além disso, os candidatos com os perfis mais atraentes conseguem 39% mais entrevistas do que aqueles com imagens menos atraentes.

Entretanto, um dos focos dos pesquisadores foi identificar se havia diferenças na percepção inferida da inteligência através da imagem do perfil e na inteligência efetivamente mensurada através dos testes de QI. Para isso, eles recorreram aos dados do aplicativo myPersonality, que contém dados de milhões de pessoas. A utilização dos dados foi feita com o consentimento dos usuários e levou em conta itens como gênero e idade.

ÓCULOS, UMA APOSTA CERTA

Para uma avaliação pessoal da inteligência foram utilizados 739 pessoas, que observaram entre 50 a 100 imagens de perfis cada uma. Nem sempre as imagens continham fotos: outros tipos de imagens, tais como desenhos e fotos de paisagens (no caso do Brasil, provavelmente haveria vários perfis com escudos de times de futebol…) também foram incluídas na pesquisa. A dupla de pesquisadores criou um modelo matemático para a avaliação da inteligência através de computadores.

Entre os resultados podem ser citados os seguintes:

- Imagens com maior percentual de branco e cinza tendem a ser relacionadas com maior inteligência, ao contrário de predominância de marrom, verde, rosa e roxo.

- Usuários que tiram fotos muito próximos da câmera tendem a ser avaliados como menos inteligentes.

- Usar óculos e sorrir faz com que você pareça mais inteligente, mas, ao contrário dos dois itens anteriores, estas características não são confirmadas pela avaliação de inteligência através do teste de QI.

O PERFIL “IDEAL”

Combinando-se os dois resultados (inteligência percebida e mensurada), os pesquisadores concluíram que a “imagem ideal” de perfil não utilizaria as cores rosa, roxa ou vermelha (não há problemas com o verde), e daria preferência a menos diversidade em cores, textura mais clara e com menos pele à mostra. De maneira geral, uma foto mostrando uma única pessoa, devidamente focada e com um fundo discreto é característica de pessoas que se saem bem em testes de QI e são percebidas como inteligentes pelos demais.

Porém, mesmo que você não se saia bem em testes de QI, ainda poderá ser percebido como inteligente – de acordo com o este estudo, pelo menos – se utilizar mais as cores cinza e branco (ao invés de verde e marrom); mantiver uma distância conveniente da câmera; sorrir e usar óculos. Conforme Wei e Stillwell ressaltam, a facilidade de transmitir uma boa impressão em perfis de redes sociais deveria servir de alerta para recrutadores em geral.

Ou, pelo menos, para aqueles que incluem a inteligência entre os requisitos para a vaga, não é?

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